O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou um discurso sobre investimentos em obras públicas e atrasos provocados por licenciamentos ambientais, contestações de empresas e embargos feitos pelo Ministério Público para afirmar, indiretamente, que seu governo não tolera e reprime casos de corrupção, nesta segunda-feira, 13, em Criciúma (SC).
Enquanto falava sobre as paralisações que obras públicas sofrem com frequência por conta de demandas judiciais, que dariam a impressão de que haveria irregularidades, Lula afirmou que 'quanto tem roubo, a gente pega. Vocês viram o que aconteceu agora no Amapá', numa referência à prisão, pela Polícia Federal, de 18 pessoas acusadas de participação em fraudes e desvios de recursos públicos, inclusive aliados políticos, na sexta-feira, 10.
No mesmo tom, Lula sustentou que o único jeito de bandido não ser preso neste País é não sendo bandido. 'Se ele for bandido, a gente descobrindo, a gente pega', reiterou, para passar às comparações com governos anteriores. 'Houve um tempo em que era mais fácil levantar o tapete e jogar tudo para baixo', recordou. 'Agora não', complementou.
Lula passou cerca de duas horas em Criciúma, no sul de Santa Catarina, para inaugurar trechos já concluídos da duplicação da BR-101 e autorizar a abertura de licitações para trechos que ficaram para uma segunda etapa. Em meio ao discurso destacou que seu governo programou investimentos de R$ 5 bilhões em obras rodoviárias no Estado, tendo já aplicado R$ 2 bilhões do total previsto, e desafiou seus adversários políticos. 'Eu queria que os candidatos dissessem em que momento da história desse País um só presidente fez 20% dos que nós fizemos; pode pegar Fernando Henrique (Cardoso), Itamar (Franco), (José) Sarney, (Fernando) Collor, (João) Figueiredo', provocou, sob aplausos de centenas de simpatizantes.
Lula inaugura obras no porto de Itajaí à tarde e à noite participa de comício das candidatas do PT à presidência, Dilma Rousseff, e ao governo de Santa Catarina, Ideli Salvatti, em Joinville.
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